quinta-feira, 1 de setembro de 2011

OS MELLOS, OS QUINAS E OUTROS TUBARÕES

Desde a Constituinte que a UDP (União Democrática Popular, de extrema-esquerda e vaga inspiração maoista) estava representada no Parlamento. A Américo Duarte (creio não me equivocar no nome) sucedeu Acácio Barreiros. Jovem, irreverente e sem papas na língua, Barreiros tornou-se uma das estrelas da Assembleia. Os seus discursos, sempre debitados em tom furibundo, faziam as delícias da imprensa.


No debate de um programa de governo investiu contra as grandes fortunas do País que, na altura, estavam a anos-luz da atualidade. O texto foi em crescendo, para crescente desagrado do presidente da Assembleia (seria Vasco da Gama Fernandes?). Para meu gáudio, aquilo estava a passar em direto na TV, como era costume na altura. A dada altura Acácio Barreiros desata aos gritos contra os Mellos, os Quinas e outros tubarões. Foi-lhe retirada a palavra, no meio de enorme "animação".


Acácio Barreiros acabaria assimilado e bisonho. Os Mello voltaram, os Quina nem por isso e tubarões não faltam por aí. O slogan da UDP de então os ricos que paguem a crise foi recuperado. Pelos ricos. Ironicamente. É bom que queiram dar uma mão nesta crise. Caso contrário, e se isto afunda de vez, ficam sem mercado. A UDP pode cantar vitória.


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