segunda-feira, 6 de maio de 2013

MAIO

Soneto de maio

Suavemente Maio se insinua
Por entre os véus de Abril, o mês cruel
E lava o ar de anil, alegra a rua
Alumbra os astros e aproxima o céu.

Até a lua, a casta e branca lua
Esquecido o pudor, baixa o dossel
E em seu leito de plumas fica nua
A destilar seu luminoso mel.

Raia a aurora tão tímida e tão frágil
Que através do seu corpo transparente
Dir-se-ia poder-se ver o rosto

Carregado de inveja e de presságio
Dos irmãos Junho e Julho, friamente
Preparando as catástrofes de Agosto... 


Maio já começou e é um mês assim, como as palavras de Vinicius de Moraes e o Mystic Lake, de Katy Grannan.

Em maio há feiras, festas, romarias, festivais, colóquios, teses a avaliar, trabalho político a fazer. Mas o melhor é viver maio.

1 comentário:

Santiago Macias disse...

"A senhora é mesmo apetitosa. A poesia é isso mesmo; crua e franca sem floreados desnecessários."

Caro João, é melhor esta versão light...