A notícia só veio no site da TimeOut. Pode ser que não seja verdade, mas a esperança é curta. Fechou o Bar Pirata, nos Restauradores. "Conheces o Pirata?", perguntou-me o meu pai em 1981, estava eu a começar a faculdade. Vai daí, entrámos para beber uns piratas (vinho generoso misturado com soda), acompanhados por uns pastéis de bacalhau feitos quase só com batata. O ambiente era popular: funcionários públicos de baixa patente, boémios, taxistas, cauteleiros... Fiquei fã. A partir, quase sempre com o João, passei a ir regularmente ao Pirata.
No dia 19 de março do ano passado perguntei a um amigo "conhece o Pirata?". Entrámos para tomar um aperitivo. Estava longe se imaginar que seria a minha última vez. O Pirata fechou e vai, decerto, dar lugar a um franchising ou a uma coisa de luxo. A gentrificação é isto, por muito que alguns teimem em não o querer perceber...
1 comentário:
Fez no passado sábado um ano que publicou no seu blog um artigo sobre o fecho do Pirata dos Restauradores.
Este triste acontecimento deixou uma enorme nostalgia e revolta em muitos e muitos dos seus clientes habituais, privando de duas bebidas quase centenárias as centenas (milhares?) de visitantes, nacionais e estrangeiros, que ali podiam degustá-las, mas cumpre agora dar a boa notícia: JÁ É POSSÍVEL VOLTAR A BEBER PIRATAS EM LISBOA!
A casa reabriu na passada terça-feira, agora no n.º 95 da Rua Morais Soares.
De maiores dimensões, espaço renovado e acolhedor, apesar de novo mantém muito do espólio do Pirata do Restauradores (entre ele o Gerente de há mais de 20 anos, obreiro das mágicas poções do Pirata e do Perna de Pau, dos célebres pregos e do inconfundível arroz doce).
As marcas registadas e a imagem sobreviveram a um ano de paragem, as fórmulas mantém-se fieis ao segredo (desde 1921) e espera-se que muitos possam voltar a beber Piratas e Pernas de Pau e ajudar na divulgação destes produtos e desta casa tão icónica da cidade de Lisboa.
Se quiser voltar a beber Piratas, será muito bem-vindo nesta nova casa do Pirata!
Bem-haja pela preferência e pela ajuda na manutenção e defesa da memória de um dos estabelecimentos mais emblemáticos da nossa cidade, património cultural e memória vida de muitas décadas!
Com os melhores cumprimentos,
Paula Tavares
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