Morreu Mário Ruivo. Fui por ele, em tempos, empossado como membro do Conselho Nacional do Ambiente. Homem sábio e de grande cordialidade, conduzia as reuniões do Conselho de forma suave e eficiente. Conservarei dele gratas recordações e, sobretudo, a lição da importância que a atividade permanente e a jovialidade devem desempenhar nas nossas vidas.
Da página do CNADS:
Personalidade ilustre, profundamente empenhado na ciência, na valorização do conhecimento, no desenvolvimento, com particular incidência na problemática dos oceanos. Aliou esse percurso a um compromisso com causas públicas, as quais estiveram sempre presentes ao longo da sua vida, desde o final dos anos 40 do século passado.
Abraçando a investigação científica no domínio dos recursos vivos do mar, logo após a sua licenciatura, foi contudo obrigado a emigrar no final dos anos 50. Integrou então os quadros da FAO até ao 25 de abril de 1974. No período da Democracia, para além de membro dos Governos provisórios, desenvolveu atividades diversas com especial relevo para os assuntos do Mar, desde o fomento da investigação científica através das agências governamentais que têm essa função (JNICT e FCT), até à animação de iniciativas públicas com impacte internacional (Comissão Intergovernamental da UNESCO, Coordenador do Relatório “O Oceano, O Nosso Futuro”, Conselheiro Científico da Expo 98 “Os oceanos, um património para o futuro”).
Assegurou a Presidência do Conselho Nacional do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (CNADS) desde a sua constituição, garantindo um equilíbrio ímpar no seu funcionamento e nas posições que este órgão foi assumindo ao longo de quase vinte anos de atividade. A intervenção direta de Mário Ruivo garantiu que tenha prevalecido neste Conselho um ambiente de exigência científica e de convergência multidisciplinar, o que permitiu que este órgão usufruísse de uma capacidade singular de acompanhamento crítico das iniciativas públicas e privadas com impacte no ambiente e no território.
Mário Ruivo expressou, até ao momento em que nos deixou, uma permanente apetência e uma extraordinária e clara visão para intervir e fomentar o desenvolvimento de iniciativas estratégicas em domínios diversos da vida social e científica, com particular incidência na sua paixão de sempre: Os Oceanos.
Personalidade com uma visão global do mundo que nos rodeia, dedicou toda a sua vida a inquietar o conhecimento, a fomentar a investigação científica, a intervir na gestão pública, a mobilizar capacidades, a defender inovações e a criar ambientes propícios que abrissem caminhos para um desenvolvimento harmonioso, sempre ancorado na preservação dos recursos ambientais.
Mário Ruivo deixa-nos, por tudo isso, com um sentimento de imensa saudade.
Ver - http://www.cnads.pt
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