domingo, 9 de abril de 2017

STARDUST MEMORIES Nº 9: CASTELO DE MOURA

Não insistirei mais (juro!) no Al dolce guidami castel natio,da ópera Anna Bolena, que tanto me marcou.

Mas o castelo de Moura, que tenho o privilégio de ver todos os dias, é um sítio marcante da minha memória, do meu trabalho e da minha vida. Hoje de manhã, deparei com esta fotografia no facebook, numa página que tem o bizarro nome de "não me mexam nos jpegs". Muitas e boas imagens, de muitos sítios, dentro e fora de portas. Quem chamou a atenção para esta foi o mourense Francisco Feliciano.

Autor? Diogo Margarido, tanto quanto consegui saber um homem do Alto Alentejo. Ano? 1958. A fotografia é excelente, por muitos motivos. O enquadramento é inabitual. As diferenças com o presente são notórias. Hoje, o castelo é um espaço aberto. O elemento humano desapareceu. As casas também. Nas que vemos ao fundo, que ficavam na Rua do Meio, há um elemento que inspira beleza e ternura. Os vasos de flores estão expostos ao jeito de festão ou de uma grinalda, como se de um templo clássico se tratasse. O sentido estético de um Povo, algo que se perdeu um tanto, ou foi substituído pela lógica pequeno-burguesa...

Memórias de um espaço que já não conheci assim. Mas que me continua a ser indispensável.

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