quinta-feira, 5 de abril de 2018

MOURA REVISITED

Foi há sete anos e um dia. Escrevi isto no blogue:

Quando, depois das eleições autárquicas de 2005, tivémos uma reunião de distribuição de pelouros o José Maria informou-me (acho que foi isso, mais que um pedido de opinião): "ficas com o urbanismo, o gabinete de estudos e projetos, os fundos comunitários e o apoio ao desenvolvimento e as atividades económicas".

Exatamente o que conviria a alguém que fez todos os graus académicos em História.


Meses mais tarde, e à conversa com um conhecidíssimo jornalista português da área económica, confessei os meus receios, rematando com o desabafo não percebo nada de economia. O jornalista sorriu largamente e esclareceu-me deixe lá, os economistas também não...


[Dizia-me] um colega de liceu, hoje banqueiro: um economista é aquela pessoa que leva seis meses a elaborar um modelo e outros seis a explicar porque é que o modelo falhou.


(...)

Sinto-me tentado a dar razão ao jornalista. E, ao fim e ao cabo, creio que não me saí assim tão mal nas minhas funções. Seguindo um conselho básico do meu amigo banqueiro: antes de usares os manuais e as receitas, usa o bom-senso.

(fim de citação)

Vem isto a propósito de uma coisa que acabo de ler num jornal criptofascista: "no fundo, no fundo, o capitalismo “selvagem” é um sistema de cooperação e ajuda mútua entre pessoas livres. E que trás mais prosperidade que qualquer tipo de socialismo, selvagem ou pseudocivilizado. (...) É um dos mitos do marxismo que o sucesso nos negócios e a acumulação de fortunas se obtém com exploração, não com cooperação".

Quem assim escreve é um professor de Finanças. Coisas destas só fazem aumentar a minha auto-confiança.

NB: o trás do professor de Finanças vem assim no original. Obrigado MJFS.


Jesus expulsando os vendilhões do templo - Rembrandt (1620)

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