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Dois dias de retorno às raízes. Dias fraternos. O primeiro com um encontro de dezena e meia de amigos. Manhã e tarde com a serra ali à vista. Do ponto de vista pessoal, com a compensadora certeza que há muito mais vida para lá dos cargos que, circunstancialmente, se desempenham.
O desafio profissional que tenho pela frente vai deixar-me pouco tempo para respirar. Mas, no mínimo, irei uma vez por mês a Moura. Pelo que acima disse. E porque há livros e projetos a continuar.
Voltarei sempre, até ao último dia. Com menos talento que Oswald de Andrade. Mas não com menos convicção.
Minha terra tem palmares
onde gorjeia o mar
Os passarinhos daqui
Não cantam como os de lá
Minha terra tem mais rosas
E quase que mais amores
Minha terra tem mais ouro
Minha terra tem mais terra
Ouro terra amor e rosas
Eu quero tudo de lá
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte para lá
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte pra São Paulo
Sem que veja a Rua 15
E o progresso de São Paulo
Oswald de Andrade (1890-1954)
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