Em 2/3 do País isto é uma concha. No terço restante (o Alentejo) é um cace. Ainda ontem, ao almoço, ouvi dizer isso "um cozido de grão e nem um cace trouxeram...". O uso da palavra fora da nossa Pátria é motivo de gáudio. Tenho bem presente a hilaridade que provocava nos meus tempos de estudante que dizia cace e não concha. Palavra que, neste contexto, não uso. Em caso algum.
Tentem lá encontrar o étimo da palavra. Cace não existe, tal como não existe acarro. Em árabe cálice (no sentido de copo) é kas (v. grafia mais abaixo), soando exatamente como nós dizemos. Creio ser essa a origem da palavra que nós usamos. A menos que haja outra explicação devidamente "certificada", que desconheço.
Incluo aqui uma imagem do conhecido "Qissat Bayad wa Riyad", uma história de amor de finais do século XII/inícios do século XIII. A cena sugere vagamente uma qualquer vernissage, mas é na realidade uma situação habitual na vida da corte: um grupo ouvindo música, de kas na mão. O manuscrito está na Biblioteca do Vaticano.
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