quarta-feira, 12 de setembro de 2018

RACHID TAHA (1958/2018)

Nunca tinha ouvido falar em Rachid Taha, até ir a Argel. Foi o senhor Mustafá, o motorista da embaixada, quem nos iniciou nestas sonoridades. Mal entrávamos no carro e tínhamos direito ao Ya rayah... Que não era um original seu, mas sim de Dahmane El Harrachi. Em todo o caso, a sonoridade vibrante de Rachi Taha conquistou-me. A canção anda em volta de um exilado, de alguém que quer voltar a casa.

Ao saber, há pouco, do falecimento de Rachid Taha vieram-me à memória as palavras de Jacques Berque, no notável Mémoires des deux rives. Durante um regresso ao Cairo (e atrevo-me a traduzir) interroga-se "pergunto-me, para minha grande surpresa, se não seria aqui que eu me deveria radicar até ao fim dos meus dias...". Rachid Taha faleceu em Paris, longe da sua Sig natal. Escolher o sítio do exílio final foi fortuna que não teve.


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