"O menino não tem jeito para o desenho". E eu olhava para a minha tentativa de fazer qualquer coisa parecida com um desenho como se fosse uma doença, "o menino tem um sopro no coração", "o menino é asmático". Só muitos anos mais tarde percebi que o jeito para o desenho, para a música, para a literatura, não é bem uma coisa inata. Assim como o Mozart, que tocava piano aos quatro anos e compunha peças musicais aos seis. Nunca desenhei, tal como nunca aprendi música. Mozart é uma raridade, difícil de explicar. Mas, também nunca tive uma professora como Nádia Torres. Hoje, dei com trabalhos de alunos seus na net. São miúdos de 13/14 anos. Algum deles virá a ser um pintor consagrado? Provavelmente não. Ou talvez sim. Mas o mais importante é que desenham com alma, com cor e com talento.
Ao ver, hoje, este "fauvismo" e uma exuberante celebração da cor fiquei a pensar "caramba, o que eu gostava de ter tido, em desenho, uma professora assim...".
Ao ver, hoje, este "fauvismo" e uma exuberante celebração da cor fiquei a pensar "caramba, o que eu gostava de ter tido, em desenho, uma professora assim...".
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