Não estou em Moura, durante todo um ano e por junto, mais de 15 a 20 dias. Se tanto. Mas fico com a ideia de não partir nunca. O poema diz coisas diferentes, mas é o título que é muito bonito.
Nesta feira cumpriu-se mais um pequeno ritual. Têm sempre a simpatia deste convite. Fotografia e imperial. Correspondo sempre. Foi pena o dr. António Costa não ter querido provar a MAGANA. Sempre ajudava os moços a promover a excelente cerveja artesanal que fazem. Eu também dou uma ajuda, mas bolas!, eu não sou primeiro-ministro...
Nesta feira cumpriu-se mais um pequeno ritual. Têm sempre a simpatia deste convite. Fotografia e imperial. Correspondo sempre. Foi pena o dr. António Costa não ter querido provar a MAGANA. Sempre ajudava os moços a promover a excelente cerveja artesanal que fazem. Eu também dou uma ajuda, mas bolas!, eu não sou primeiro-ministro...
Na véspera de não partir nunca
Na véspera de não partir nunca
Ao menos não há que arrumar malas
Nem que fazer planos em papel,
Com acompanhamento involuntário de esquecimentos,
Para o partir ainda livre do dia seguinte.
Não há que fazer nada
Na véspera de não partir nunca.
Grande sossego de já não haver sequer de que ter sossego!
Grande tranqüilidade a que nem sabe encolher ombros
Por isto tudo, ter pensado o tudo
É o ter chegado deliberadamente a nada.
Grande alegria de não ter precisão de ser alegre,
Como uma oportunidade virada do avesso.
Há quantas vezes vivo
A vida vegetativa do pensamento!
Todos os dias sine linea
Sossego, sim, sossego...
Grande tranqüilidade...
Que repouso, depois de tantas viagens, físicas e psíquicas!
Que prazer olhar para as malas fítando como para nada!
Dormita, alma, dormita!
Aproveita, dormita!
Dormita!
É pouco o tempo que tens! Dormita!
É a véspera de não partir nunca!
Álvaro de Campos
Ao menos não há que arrumar malas
Nem que fazer planos em papel,
Com acompanhamento involuntário de esquecimentos,
Para o partir ainda livre do dia seguinte.
Não há que fazer nada
Na véspera de não partir nunca.
Grande sossego de já não haver sequer de que ter sossego!
Grande tranqüilidade a que nem sabe encolher ombros
Por isto tudo, ter pensado o tudo
É o ter chegado deliberadamente a nada.
Grande alegria de não ter precisão de ser alegre,
Como uma oportunidade virada do avesso.
Há quantas vezes vivo
A vida vegetativa do pensamento!
Todos os dias sine linea
Sossego, sim, sossego...
Grande tranqüilidade...
Que repouso, depois de tantas viagens, físicas e psíquicas!
Que prazer olhar para as malas fítando como para nada!
Dormita, alma, dormita!
Aproveita, dormita!
Dormita!
É pouco o tempo que tens! Dormita!
É a véspera de não partir nunca!
Álvaro de Campos
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