domingo, 29 de março de 2020

O BEATÍFICO MUNDO DOS PRIVADOS: PADARIA PORTUGUESA

Não tenho qualquer pequena (ou grande) raiva esquerdista contra a iniciativa privada. Ao contrário, valorizo as iniciativas empresariais. "Agradeço" é que paguem os impostos em Portugal e que não me preguem sermões sobre a portugalidade.

Dito isto, pareceu-me interessante, de início, o conceito da padaria portuguesa. Passei pelos estabelecimentos um par de vezes. Não achei o serviço nada de especial, na lógica fast-food de cafés e pastéis de nata. E não gosto de tratamentos impessoais.

Deixei de entrar nas padarias, depois de uma entrevista ao líder da empresa, onde li coisas como:

Criamos um espírito de equipa que vale muito mais do que a remuneração base.

Fazemos investimento a sério nas pessoas: uma vez por ano juntamos todos os trabalhadores num arraial de verão e fechamos as lojas mais cedo.

Cada vez que nasce um bebé, oferecemos um creme e um babygrow e escrevo um postal de aniversário personalizado a cada um dos trabalhadores.

Lembrei-me de uma conversa tida, há uns anos, com o diretor de um museu nacional, que pediu apoio mecenático a uma determinada empresa. A qual respondeu que todos os anos dava um capaz no Natal às aldeias SOS. A lógica é a mesma. E explica muito coisa portuguesa. Padaria ou não.

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