terça-feira, 31 de março de 2020

O CHARUTO AMERICANO

O meu amigo entrou numa loja de charutos caros, em Nova Iorque. Barba por fazer, vestido com uma t-shirt dos Marretas e com um chapéu do Crocodilo Dundee. Os clientes da loja tinham pinta de executivos, fancy grey suits and all that stuff... A Cohiba, please, ousou pedir. O empregado quase não o deixou fazer o pedido For you is the next store, on the other side of the street. Põe-te a mexer, como nós diríamos por cá. Até podes ter dinheiro, mas não tens pinta para entrar aqui. Como na cena do Pretty woman, em que ela quer comprar roupa e a põem na rua.

O charuto explica muita coisa. Mesmo tendo dinheiro não se está garantido. Sem dinheiro então, no way... Quando o presidente do país mais poderoso do planeta não tem um sistema de saúde público digno desse nome e  diz que esperar 100.000 mortes será um very good job está tudo explicado. A imagem de Los Angeles (não é o Haiti, em baixo, mas sim South Central) dá uma antevisão do que podem ser as próximas semanas. Oxalá me engane. Oxalá mesmo.


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