domingo, 2 de abril de 2023

ALCONCHEL E LAQANT: AINDA A TOPONÍMIA...

O texto sobre as vias do sudoeste peninsular no período islâmico vai avançando, num já habitual registo caótico, um "estilo" que o passar do tempo agravou.

Na obra de al-Idrisi "Uns al-muhaj wa-rawd al-furaj" está escrito que Badajoz dista da alcaria de Ukasha uma etapa. O sítio devia ter algum relevo, uma vez que o autor não se perde tempo a fornecer dados inúteis.

Subitamente, a uma palavra cem vezes lida (Ukasha), resolvo adicionar o artigo al. O nome assim composto al-Ukasha parece-me compatível com Alconchel. Não só a fonética se aproxima, como a distância da cidade extremenha (45 kms.) é a de uma etapa, como a posição dominante do castelo impressiona. Recordo-me do meu avô, nascido na Amareleja, dizer, para designar um sítio muito alto, que ficava "nos alconchéus".

E, sendo fiel ao que digo com frequência aos alunos - regressem aos textos tantas vezes quantas vou forem necessárias! / não acreditem na ideia de que uma ficha de leitura dispensa novas consultas! - retomo depois a leitura da Descripción anónima de al-Andalus, publicada por Luis Molina há já 40 anos. Sabem que mais? A tradução tem uma passagem simplificadora e redutora. Na página 75 do texto árabe está escrito لكانتo مدينة (madinat lakant), mas na tradução (p. 63 do vol. II) lemos Fuente de Cantos. Ou seja, a assunção de que o sítio está onde não está... Sobre Lakant, ou Laqant, já disse o que tinha a dizer.

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