quarta-feira, 19 de abril de 2023

PRÉMIO PESSOA 2022

O discurso não foi "simpático". Não sei o que os muitos políticos presentes na sala - incluindo dois atuais ministros - pensaram, mas as palavras de João Luís Barreto Guimarães caíram no auditório da CULTURGEST como álcool em cima de uma ferida aberta. Assisti à cerimónia de entrega do Prémio Pessoa e aquilo que vem no Expresso on-line é apenas uma breve passagem do que o premiado disse. E disse bem, com convicção e sem peias. 








É COM O LIVRO QUE A SOCIEDADE ACORDA E SE LIBERTA”

“Numa altura em que a política se encontra em declínio - sem rumo, sem esperança, sem pensamento”, João Luís Barreto Guimarães deixou também o apelo, não só a governantes (e evocando o mito de Sísifo), no sentido de voltar “a contemplar aquilo que raramente se vê, porque todos os dias se trabalha de costas voltadas para a vida - nas salas de aula, nos hospitais, nos departamentos dos serviços públicos”

“O futuro não passa somente pela tecnologia” e reside na “capacidade que nós, humanos, tivermos de encetar algo tão simples quanto conversar uns com os outros, nos misturarmos - nos bairros, na comunidade”, destacou ainda João Luís Barreto Guimarães, deixando claro que “o verdadeiro capital de um país é o capital humano, o que ama, o que resiste com dignidade, ano após ano, ao desnorte do poder, é a esse que urge devolver a palavra”.

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