terça-feira, 2 de junho de 2009

LA CANCIÓN QUE NUNCA DIRÉ

Há uns anos passei uma temporada relativamente longa em Granada. Corria o Outono de 1994 e pude, durante dois meses, beneficiar do contacto com o excelente Departamento de História Medieval da Universidade de Granada e, em especial, com o Prof. Antonio Malpica. A tese de mestrado ficou concluída num ápice e o passo seguinte, em termos académicos, começou a tomar forma. Coincidência, ou talvez não, foi também em Granada o local do primeiro e decisivo encontro com o Prof. Pierre Guichard.


Mais importante ainda, ao chegar a Granada senti que tinha a obrigação de ler a poesia de Federico García Lorca (1898-1936). Os efeitos das palavras de García Lorca são perenes. Deixo aqui um pequeno excerto de Tres retratos con sombra, sendo que este se intitula Verlaine. É um daqueles textos que podemos dedicar a quem quisermos.



La canción,
que nunca diré,
se ha dormido en mis labios.
La canción,
que nunca diré.



Sobre las madreselvas
había una luciérnaga,
y la luna picaba
con un rayo en el agua.



Entonces yo soñé,
la canción,
que nunca diré.



Canción llena de labios
y de cauces lejanos.



Canción llena de horas
perdidas en la sombra.



Canción de estrella viva
sobre un perpetuo día.

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