A Bunda, que Engraçada
A bunda, que engraçada.
Está sempre sorrindo, nunca é trágica
Não lhe importa o que vai
pela frente do corpo. A bunda basta-se.
Existe algo mais? Talvez os seios.
Ora - murmura a bunda - esses garotos
ainda lhes falta muito que estudar.
A bunda são duas luas gêmeas
em rotundo meneio. Anda por si
na cadência mimosa, no milagre
de ser duas em uma, plenamente.
A bunda se diverte
por conta própria. E ama.
Na cama agita-se. Montanhas
avolumam-se, descem. Ondas batendo
numa praia infinita.
Lá vai sorrindo a bunda. Vai feliz
na carícia de ser e balançar.
Esferas harmoniosas sobre o caos.
A bunda é a bunda,
redunda
.
Hoje é noite de S. João, o midsommar que se festeja na Suécia já foi há uns dias. Pouco importa. O sentido do solstício e da festa que lhe está associada é universal. Celebre-se o calor, paganizemo-nos um pouco. As palavras de Carlos Drummond de Andrade dão forma a essa ideia. A fotografia de Isabel Muñoz comunga, no silêncio da imagem, do mesmo espírito.
1 comentário:
Kâdé os homens ? Como dizem os nossos amigos brasucas.
é so blabla... Mas depois quando aparece uma foto magnifica com uma bunda magnifica e um poema enaltecedor, ai....onde é que eles andam ?
Dulcineia
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