Pois. Foi isso mesmo que aconteceu. Entreguei o último trabalho da minha licenciatura em História (variante em História da Arte) no dia 13 de dezembro de 1985. Faz hoje 30 anos. A cadeira tinha um nome complicado: História da Arte do Maneirismo, Barroco e Rococó (geral e em Portugal). O meu último ano de faculdade não foi menos complicado... Não posso relatar alguns eventos ocorridos, porque os protagonistas já faleceram há muito. E porque o que aconteceu não foi nada edificante. Mas ajudou um puto de 22 anos (eu), no seu processo de crescimento.
No dia 13 de dezembro, entreguei a 2ª versão de um trabalho que fora classificado na primeira época, acho que injustamente, com 14 valores. Um segundo esforço valeu mais um valor, o que foi suficiente para assegurar a média final que tinha como objetivo. Continuei a achar o trabalho subavaliado, mas já não insisti.
Raras vezes senti uma tão forte amargura ao ver uma nota numa pauta (a outra foi a de História da Arte Contemporânea, um episódio triste da minha carreira de estudante). Porque senti que o esforço e o resultado não batiam certo com a classificação.
Acabei por publicar uma versão resumida desse estudo no livro Fortificações Modernas de Moura, assinado em conjunto com Vanessa Gaspar e dado à estampa em 2007. É trabalho de que não me envergonho e que só foi possível concretizar porque nos “tempos bárbaros” em que estudei havia disciplinas anuais. Uma coisa “arcaica” que foi banida, aniquilando de vez a possibilidade dos jovens estudantes começarem a fazer trabalho de investigação nos tempos de faculdade.
O anfiteatro I da Faculdade de Letras. Sítio de algumas aulas plenárias, de realização de testes (daquelas cadeiras em que se fazia um teste para várias turmas e depois éramos às centenas dentro da sala), de conferências (recordo uma, memorável, de Jacques Heers), de sessões de cinema e, sobretudo, de reuniões gerais de alunos e de assembleias de escola. Com a sala à cunha e em grandes conflitos verbais. Um sítio de aprendizagem fundamental, portanto.
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