terça-feira, 4 de dezembro de 2018

TEXTO MAIS LIDO NO MÊS DE NOVEMBRO DE 2018: FAKE NEWS NA CÂMARA DE MOURA

Sem surpresas, no top das leituras esteve este texto, com 811 acessos diretos. Constato, também sem surpresas e com agrado, que sempre que escrevo sobre o meu concelho, o interesse dispara. Isso também é bom.

QUINTA-FEIRA, 15 DE NOVEMBRO DE 2018

FAKE NEWS NA CÂMARA DE MOURA

Não pretendo roubar espaço ao jornal, nem tempo a eventuais leitores. Mas há uma coisa que não posso deixar passar em claro, pelas responsabilidades que tive no Município de Moura. É a mentira continuada, que pode colar. Assim, e muito sucintamente:
Foi/é motivo de orgulho ter estado ao serviço do meu concelho, designadamente pela oportunidade de ter trabalhado em projetos que considero cruciais. Em relação a um texto assinado no jornal “A Planície”, pelo atual executivo, tenho a esclarecer o seguinte, por serem matérias que dizem respeito ao meu mandato:
1.       Bairro do Carmo – segundo o atual executivo, “o orçamento não contemplava um metro quadrado de reboco”. Isto não é verdade. O projeto contemplava reboco nas novas construções, naturalmente. E a colocação de reboco nas zonas onde houvesse intervenções que implicassem a sua reposição. O reboco em bom estado não teria necessidade de ser substituído. Sendo uma obra de custos controlados, o essencial era garantir condições de habitabilidade e melhorar a qualidade das casas. Foi para isso que o projeto se fez. O único erro grosseiro é a afirmação do Sr. Presidente Álvaro Azedo.
2.       Torre do Relógio (Amareleja) – “acrescentámos o projeto de iluminação a esta obra”. Isto não é verdade. O projeto de iluminação decorativa foi entregue à Câmara Municipal em 16 de novembro de 2016, pelo eng. Vitor Vajão, e tem estimativa de custos. A sua adaptação à obra em curso era mais que possível. A larguíssima experiência do autor tornaria isso numa tarefa fácil. O Sr. Presidente Álvaro Azedo pode atirar dinheiro à rua, encomendando o que já estava feito. Não pode é dizer que os projetos não existem.
3.       Centro Documental da Oliveira – “é um projeto que valorizamos”, diz o texto do atual executivo. Mas a verdade é que não o vão executar. A intervenção tinha um custo de 2.770.000 euros, dos quais a Câmara Municipal iria pagar 15%. A obra comportaria a reabilitação total do antigo edifício do grémio. Agora, a obra é só na fachada e no telhado O Sr. Presidente Álvaro Azedo opta por deixar o projeto de lado e concretizar apenas uma pequena parte. Não haverá Centro Documental nem nova Biblioteca. É uma opção de gestão. Poucochinha e sem ambição. Que registo.
4.       Gare Rodoviária – “o projeto não contemplava a zona de embarque e desembarque de passageiros e paragem de autocarros”, afirma o atual executivo, liderado por Álvaro Azedo. O que quererá isto dizer? É que o projeto comportava todos os aspetos necessários a um adequado funcionamento. E foi resultado de uma ampla e complexa negociação com a Infraestruturas de Portugal (empresa que herdou o património da CP). O concurso podia ter sido lançado em final de 2017, como estava previsto. A menos que se ponham a fazer bonitinhos e floreados nos projetos, implicando mais dispêndio.
5.       Dívida da água – “os executivos da CDU não pagaram as faturas de fornecimento da água”, afirma o atual executivo, liderado por Álvaro Azedo. Esta afirmação é uma mentira grosseira. O acordo de pagamento da dívida da água com a ÁGUAS PÚBLICAS DO ALENTEJO foi aprovado pela Câmara Municipal e pela Assembleia Municipal em 2014. O PS votou a favor desse acordo. O qual foi posto em prática de imediato. E foi cumprido. Verbas pagas, tanto do acordo, como da faturação corrente? 1.139.000 euros em 2015, 1.251.000 euros em 2016, 1 188.000 euros em 2017. Começou o mandato do Sr. Presidente Álvaro Azedo. Valores pagos? 535.000 euros, nos primeiros dez meses de 2018. Que se passou? O novo executivo fez, em final de 2017, um novo acordo de pagamento. Do qual pagou ZERO. Ou seja, os 535.000 euros dizem apenas respeito à faturação corrente. Se a dívida se acumulou, a responsabilidade é do Sr. Presidente Álvaro Azedo. Que devia assumir essa responsabilidade, e não atirá-la para cima de executivos anteriores.

Outras questões da carta do executivo são opinativas e não me merecem perda de tempo. Percebo, humanamente, a necessidade de tentar apagar os projetos anteriores, fingindo que o que agora se apresenta é coisa nova. Não é.
                Ao executivo da Câmara Municipal diria que é preciso mais e melhor trabalho, mais dedicação, mais esforço, para dirigir os destinos de um concelho como o nosso. Continuar o que já estava iniciado é-nos lisonjeiro, mas não chega.

A si, Sr. Presidente Álvaro Azedo, não lhe reconheço conhecimentos, preparação, experiência ou currículo para me passar atestados de incompetência. Como, de resto, a sua ação tem vindo a demonstrar.

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