terça-feira, 7 de julho de 2020

ESCADOTE

Logo eu, que tanto DETESTO bricolage, passei a ter como companhia obrigatória um escadote. Várias vezes ao dia. Não é o mesmo, bem entendido. Em cada local a fotografar, peço sempre antecipadamente um escadote. O pedido tem causado estranheza, logo desfeita ante a simples explicação, que é preciso ganhar altura, porque melhora as perspetivas etc. etc..

Esta verdadeira Volta a Portugal em Escadote dá pano para mangas. Já os apanhei de todas as formas, pesos e feitios.

Um GNR, no Crato "eh pá, espere lá aí, que ainda me cai daí abaixo e tenho de tomar conta da ocorrência; eu seguro o escadote" (e segurou mesmo);
Em Loulé "se eu fosse ao meu amigo, não ficava aí em cima muito tempo; esse é mais falso que Judas";
Em Bragança, um agente da PSP, "quer que mande parar o trânsito agora, enquanto está aí em cima?" (e parou mesmo, vá lá que ninguém me conhece por aquelas bandas...)
Em Montalegre, escarninhamente, "que chegar ao chéu?";
Outro GNR, em Lousada, "se puder, tente não cair".

Quando o escadote não dá, uso da maior lata. Na Vidigueira, terreno conhecido, coloquei-me na sala de sessões da Câmara Municipal; em Cuba, numa habitação particular, com uma senhora idosa intrigada com todo aquele aparato e contentíssima por ajudar; em Chaves, subi ao primeiro andar da biblioteca municipal; em Vila Real, fiz alpinismo nas paletes dos materiais de uma obra . Mas o melhor foi em Amarante, onde me deixaram usar o quarto de um hostel ("vá lá, sim, não se preocupe, sim, sim, pode ir sozinho") para ter a perspetiva que não conseguia de outra forma.

Amanhã, nova corrida, nova viagem.

1 comentário:

Anónimo disse...

Ui! Parece que o amigo A.Cunha também faz uso recorrente do escadote!...Como compreendo!Como alternativa pode-se usar uma andas, mas que exigem maior domínio físico!