segunda-feira, 3 de agosto de 2020

REGRESSO

Foi tudo mandado para casa em meados de março. Passaram quatro meses e meio. O tal de teletrabalho levou-me a mergulhar no trabalho muito mais que 7 horas por dia. Regressei à base, brevemente, em meados de junho, para recolher materiais e preparar trabalho de campo. Retorno amanhã - o cartão de acesso caducou, a palavra-passe do computador idem... -, para tentar preparar as próximas semanas e os próximos meses.

E agora?

Como vai ser com os projetos em suspenso? Com os livros maquetados e por imprimir? E agora, como vai ser com as aulas, com a tenebrosa perspetiva de ser tudo outra vez à distância? Como vai ser com a família? Como vai ser no local de trabalho, entre o confinamento e o conforto do gabinete e a necessidade de resolver coisas?

São problemas menores, disso me convenço. Com o desemprego a alastrar, com a economia a afundar-se, com nuvens negras no horizonte, não tenho, na minha relativa segurança, o direito ao mais pequeno lamento.

Lisboa é uma cidade bonita? Sim, das mais belas entre as que conheço. Hoje mesmo constatei isso, sentado no silêncio do Largo da Academia Nacional de Belas-Artes. A 175 kms da casa de Mértola, a 160 kms. da casa da Salúquia. Está na altura de, na melhor companhia, aproveitar estes dias de regresso. Numa cidade com menos gente e num agosto que vai ser ainda mais sossegado.

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