A Fátima, que não é marroquina mas tem temperamento de berbere, foi viver para Paris há uns anos. A princípio num subúrbio classe média, depois num apartamento dentro da cidade, depois num bonito andar do 16ème, o bairro chique de Paris. Que o é não tenho dúvidas. Quando a fui visitar, tive um momento de hesitação. Olhei em volta: do lado esquerdo estava um stand da Ferrari, do lado direito o da Bentley. Aí, não tive dúvidas: "é aqui". De resto, as votações em Sarkozy (cerca de 90 %) não permitem grandes dúvidas sobre a ausência do proletariado no 16ème.
Lembrei-me disto ao ver ontem Mickey Rourke a festejar o seu prémio com champanhe Taittinger. É que, ao chegar a casa da Fátima, me pus a folhear o boletim muncipal, tendo comentado: "olha que giro; o presidente da câmara do teu bairro chama-se Taittinger, isto aqui é tão fino que até adoptam os nomes do champanhe". Aí, a Fátima riu-se e disparou: "não, parvo, é ao contrário; ele é o dono e foi a família quem deu o nome à marca". Pois...
Enfim, vivam o Mickey Rourke mais o seu prémio, vivam Monsieur Taittinger mais o seu néctar.
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