segunda-feira, 9 de março de 2009

KAVAFIS MARTIRIZADO

É, por vezes, muito difícil ler um bom poema. Actores como Diogo Diória ou Luís Miguel Cintra parecem fazê-lo sem esforço, como quem respira. Na realidade, aquele sem esforço é resultado de uma sensibilidade apuradíssima e de longos anos de leitura.
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Ontem, no programa Câmara Clara (RTP2), o poema Ítaca, de K. Kavafis (um texto que nem me parece ser dos mais difícies de ler desse autor) foi chacinado pela actriz Beatriz Batarda. Tabucchi, o escritor convidado, fez um comentário sibilino: disse que a actriz tinha uma bela presença e uma bela voz. Não faltou à verdade, mas também não elogiou a leitura. Afinal, é sempre feio mentir...

Aqui fica, em compensação, uma imagem da ilha de Santorini. Cada um de nós tem a sua Ítaca. E a minha nem é Santorini.

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