terça-feira, 24 de março de 2009

ALEGRES CAMPOS, VERDES ARVOREDOS

Alegres campos, verdes arvoredos,
Claras e frescas águas de cristal,
Que em vós os debuxais ao natural,
Discorrendo da altura dos rochedos;

Silvestres montes, ásperos penedos
Compostos em concerto desigual,
Sabei que, sem licença de meu mal,
Já não podeis fazer meus olhos ledos.

E pois me já não vedes como vistes,
Não me alegrem verduras deleitosas,
Nem águas que correndo alegres vêm.

Semearei em vós lembranças tristes,
Regando-vos com lágrimas saudosas,
E nascerão saudades de meu bem.

Luís de Camões
Rudolf Lehnert (1878-1948) & Ernst Landrock (1880-1957)


Cristina García Rodero (n. 1949)



Werner Bischof (1916-1954)

Ansel Adams (1902-1984)

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