Nunca gostei de meias-verdades nem de meias-tintas. E ainda que a vertente política deste blogue não seja a sua característica mais evidente, não quero deixar de colocar em letra de forma o relato do que ocorreu na passada segunda-feira, durante a Assembleia e durante a reunião do Conselho de Administração da AMALGA.
A determinada altura surgiu a proposta de exclusão do município de Mértola do Conselho de Administração (CA) da RESIALENTEJO. Do ponto de vista prático, a proposta fazia todo o sentido. Porquê? Porque o CA da RESIALENTEJO é designado pelo CA da AMALGA. Ora, acontece que Mértola decidiu, há algum tempo, sair do CA da AMALGA, pelo que não faria sentido estar num órgão e não no outro. Mais, a posição tomada pelo Município de Mértola de não se ter disponibilizado a viabilizar a apresentação de uma importante candidatura obrigou os restantes municípios a criarem uma nova associação, a AMAGIA. Não era obrigatória que Mértola participasse na candidatura, bastaria que tivesse dado o seu aval ao avanço do processo. Tal não aconteceu. Resultado: mais burocracia e mais perda de tempo.
Não percebo, neste quadro de actuação, a lógica da permanência de Mértola na RESIALENTEJO. E isso devia ter sido resolvido em devido tempo. Nunca tal foi proposto.
Esta, a que ficou para trás, é uma parte do problema.
Vamos à segunda parte da questão:
Foi apresentada, no dia 9 de Março de 2009, uma proposta, que ía no sentido do CA da RESIALENTEJO ser integrada por dois municípios da CDU e por Almodôvar. A votação teve duas abstenções: Moura (sou eu o representante na AMALGA) e Almodôvar.
Quais os motivos da abstenção?
1. Não me parece muito vantajoso, do ponto de vista político, estar a abrir estes dossiês e a encetar estas lutas a sete meses de uma eleição autárquica. Dá, entre outras coisas, imagem sectarismo e inflexibilidade.
2. O assunto não tinha sido previamente abordado com o Presidente da Câmara de Mértola (e há questões de cortesia que têm pouco a ver com batalhas políticas) nem com o Presidente da Câmara de Almodôvar.
3. Os motivos aduzidos na justificação da proposta (correlação de forças, faltas às reuniões misturadas com declarações pouco claras sobre o problema dos pagamentos) não correspondem à questão essencial e que é, também, a mais fácil de justificar politicamente. Ou seja, não faz sentido que um município esteja no órgão "nomeado" e não no "nomeador". Meteram-se os pés pelas mãos e arranjou-se um tema de discussão mais que desnecessário.
Pergunta sincera: qual foi a vantagem de tudo isto?
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