A revista chamava-se Hermano Lobo e publicou-se entre 1972 e 1976. Muitas das nossas influências e fontes de inspiração e gostos futuros começam quando temos 12 ou 13 anos. Não faço ideia quem , na família de Espanha, comprava a revista. Talvez a prima Pepa, que era então professora.
Em todo o caso, o humor desbragado e provocador (nesse sentido puramente espanhol) da Hermano Lobo fazia-me rir horas a fio. O fim do franquismo anunciava-se em desenhos e em textos que, com muita frequência, só entendia de forma muito parcial. Ainda assim, o gosto pelo non-sense ficou. E a admiração pela criatividade de desenhadores como Chumy Chúmez e Forges. Data também daí a primeira leitura das crónicas de Francisco Umbral. Retomei o percurso deste mais tarde na Interviu, outra revista célebre que misturava a sofisticação da palavra com mulheres pouco vestidas.
O meu desenhador preferido era Jaume Perich Escala (1941-1995), popularmente conhecido como "el Perich". Reservo um lugar no meu coração para a inesquecível, impiedosa e mordaz série de desenhos de El hombre invisible.
A Hermano Lobo está disponível, os deuses sejam louvados, em http://www.hermanolobodigital.com
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