O Islão em Portugal foi o título do workshop que hoje teve lugar, em Lisboa, numa iniciativa conjunta da Fundação Gulbenkian e do British Council. De que se tratava? Muito simplesmente, de dar opiniões e de apresentar perspectivas, numa dimensão ao mesmo tempo histórica e contemporânea, sobre o tema em debate. Éramos 24, sob a moderação de António Vitorino. Havia jornalistas (Margarida Santos Lopes, autora de notáveis trabalhos no Público), antropólogos (José Mapril e Maria Cardeira da Silva), escritores (Luís Carmelo e Adalberto Alves), religiosos (sheik David Munir), historiadores (António Dias Farinha e Cláudio Torres) etc.
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A diversidade de perspectivas foi interessante, ainda que um tanto dispersa, o que é natural, tendo em conta as diferentes proveniências e origens científicas e culturais. Centrei a minha intervenção (cada participante dispunha de cerca de 3 minutos para apresentar uma ideia chave) em torno da necessidade de enfatizar a componente económica da intervenção cultural. Ou seja, não creio que faça muito sentido que as operações de empresas portuguesas no Magrebe não seja acompanhada de esforços mecenáticos e de uma ofensiva diplomática no terreno cultural. A difusão da língua, as traduções, o intercâmbio de estudantes, os trabalhos de campo e as publicações científicas e/ou de divulgação deveriam estar numa primeira linha de preocupações. A tradição em Portugal nestes domínios é debilíssima. Justamente por isso está na hora de inverter a tendência. E de tentar acompanhar o passo de outros. Que trabalham melhor que nós.
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No final da sessão António Vitorino apresentou algumas conclusões, necessariamente provisórias e uma vez que esta sessão foi um início e não um fim. Centrou a intervenção em torno de quatro ideias (informação/conhecimento/agentes do conhecimento/existência ou não de uma questão islâmica). Ficou, em pano de fundo, a ideia de segurança interna. Não era esse o enfoque que eu estaria à espera, à partida. O Cláudio riu-se da minha naïveté. Acho que teve razão para se rir.
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.O texto poderia ser acompanhado de uma qualquer imagem de património. A mesquita de Mértola? Porque não? A Porta da Vila, em Faro? Talvez sim... Ainda assim, preferi escolher esta fotografia de um grande autor iraniano, Abbas Attar (n. 1944). Porquê? Porque sim.
3 comentários:
No islam, maomé assassinou o próprio allah.
Há outra explicação, mas as conclusões são piores.
Recomendo vivamente que procurem ler a opinião do Primeiro Ministro Australiano relativamente ao Islão. Portugal é um Estado de raizes profundamente cristãs, como tal, e apesar de considerar que não devem ser feitas descriminações religiosas em relação ás pessoas que procuram o nosso País para viver, considero também que são essas pessoas que se deverão adaptar ao País que as acolhe e não o contrário. Não quero ver o nosso País como já se antevê relativamente à França que dentro de 18 anos, ao ritmo do crescimento demográfico e tendo em consideração o nº de filhos que os muçulmanos têm em média, será um Estado Islâmico.
Não há, em Portugal, nenhuma "questão islâmica". Haverá se a quisermos provocar ou, até, inventar. Também estranho que um painel como o que descreveu tenha em vago pano de fundo a "segurança interna", como se as hipotéticas ameaças às seguranças internas deste ou daquele, soubessem sequer onde é Portugal... Mas pronto, a gente pode pôr-se em bicos de pés e dizer "o senhor desculpe mas a gente cá também é Ocidental e prontos, achamos que merecíamos também considerar-nos também, se calhar, ameaçados! Afinal, somos uma nação moderna percebe? Europeus e tal. E da Nato e tudo. Queremos ter a importância suficiente para ser, assim tipo, um cadinho ameaçados!" - Isto na linha de "Somos importantes porque temos amigos ricos". Pfffff... A "nossa" questão islâmica... Ahahaha!
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