No Público, ontem:
As organizações patronais querem reduzir para metade ou para um terço as indemnizações nos processos de despedimento colectivo ou por extinção do posto de trabalho e defendem a imposição de um tecto máximo, que actualmente não existe. Os sindicatos, principalmente a CGTP, nem querem ouvir falar de tal hipótese.
No Público, hoje:
(...) a ministra do Trabalho propôs aos parceiros sociais uma redução das indemnizações - que passarão a ter por base 20 dias de salário por cada ano de antiguidade contra os actuais 30 - e a imposição de um tecto máximo de 12 meses. Além disso, Helena André formalizou a criação de um fundo para financiar uma parte das indemnizações, alimentado exclusivamente pelas empresas.
Perceberam a diferença entre o que querem os patrões e o que quer o governo? Perceberam? Se perceberam têm mais sorte que eu. É preciso assim uma legislação mais flexível, assim tipo espanhola ou moderna ou qualquer coisa. Uma jornalista do Expresso mostrava hoje na SIC uma angústia assim tipo existencial. Do tipo querem ver que daqui a pouco também estou no olho da rua. O Partido Socialista, se até há pouco tinha uma ideologia assim tipo social-democrata, com tanto de social como o queijo tipo Serra tem a ver com o original, agora deixou-se de invenções e passou a ter uma ideologia assim tipo de gatas antes o patronato.
É preciso sermos flexíveis, assim tipo Nokulunga Buthelezi, só que em termos laborais. José Sócrates descobriu a pólvora. É preciso dar condições aos patrões para trabalharem. Assim tipo América onde basta a renegação verbal "you're fired", assim tipo muçulmanos radicais no casamento.
É um socialismo moderno, tipo assim. Como agora se diz.
Léon Blum deve estar a dar voltas no túmulo.
3 comentários:
É iso mesmo, é um socialismo "em forma de assim", como dizia o Alexandre O´Neil doutras coisas.
MB
Ironia das ironias!Agora querem mudar o velhinho código do trabalho do Bagão.Já não serve?Qualquer dia voltamos ao sistema dos contratados na "praça".Ainda se lembram dos "ajuntamentos " permitidos no tempo da outra senhora na Praça Sacadura Cabral?
Era nesses "ajuntamentos"tolerados onde se contratava mão de obra; alguma barata, os mais velhos e débeis; outra, mais cara,a dos mais jovens e fortes.E na Praça permaneciam ainda os deserdados da fortuna e do sistema,isto é, aqueles que já ninguém contratava.Muitos desses desempregados de então tinham como destino a sopa dos pobres a funcionar no antigo convento de S. Francisco, junto á igreja com o mesmo nome.Enfim, outros tempos.Mas será que o trabalho e o produto do trabalho é um valor em vias de extinção?Actualmente sujeito a uma voraz e injusta rapinagem por leis de mais do que duvidosa constitucionalidade.Ou iremos retroceder aos tempos do "imperialismo do contrato" e de quem contrata?
Contratados na Praça já há imensos.
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