a um técnico espanhol
Não é a bola alguma carta
que se leva de casa em casa:
é antes telegrama que vai
de onde o atiram ao onde cai.
Parado, o brasileiro a faz
ir onde há-de, sem leva e traz;
com aritméticas de circo
ele a faz ir onde é preciso;
em telegrama, que é sem tempo
ele a faz ir ao mais extremo.
Não corre: ele sabe que a bola,
Telegrama, mais que corre voa.
Porquê a natureza morta verde de Picasso (1914)? Porquê o poema do grande João Cabral de Mello Neto? Porque hoje é dia verde no futebol. E mesmo um benfiquista empedernido (eu) quer que o Sporting ganhe.
Coisa interessante, os escritores e os poetas brasileiros nunca tiveram complexos em declarar o seu amor ao futebol. Já deste lado do Atlântico, a intelectualidade vê a bola como coisa de casca-grossa. E só pode escrever-se sobre futebol se o título for algo como "Hermenêutica do futebol". No mínimo, algo assim.
2 comentários:
Até mesmo eu que entendo nada, me deixo levar pela emoção e as vezes tenho ciúme dessa "gorduchinha" que afasta meu moreno de mim por algumas horas no domingo. Mas tudo bem! Futebol é sagrado. Todos o amamos.Cada um a sua maneira.
A intelectualidade so gosta de bolas pequenas : de golf, de ténis, de squash, de...baseball !? : ))
Enviar um comentário