quarta-feira, 25 de abril de 2012

VERMELHO




Hoje é aquele dia que a direita detesta. Detesta mesmo, por mais que tente disfarçar. A prova está nas recentes manobras de destruição de algumas das mais belas conquistas que a revolução de abril proporcionou. Como o Poder Local, uma das mais radicais e inovadoras modificações que a sociedade portuguesa conheceu.

Muita gente contribuiu para que o dia 25 de abril chegasse. De entre todos, reservo um lugar especial para os meus camaradas do Couço. Durante longos anos lutaram de forma abnegada por melhores condições de trabalho e de vida. Foram presos às centenas. Uma das jornadas de luta ocorreu em abril de 1962, faz agora 50 anos. Os registos da PIDE não deixam margem para dúvidas quanto à violência da repressão. Os operários do Couço não têm amigos nos jornais nem entre a intelectualidade lisboeta. Por isso, a efeméride passará mais ou menos incógnita, sem o estardalhaço que envolveu as comemorações do dia do estudante.

O meu 25 começou há algumas horas, num jantar com camaradas do PCP, em Mértola. Continuará pelo Couço (onde nunca fui e onde estarei apenas sentimentalmente), recordando as fotografias de Fausto Giaccone, testemunho único de dias fundamentais na construção da história recente portuguesa.

Onde andas tu, Maria Antónia, minha camarada do Couço?


 

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