Há um extraordinário filme em exibição. Chama-se Tabu e é obra de um jovem cineasta português, Miguel Gomes. Com as salas afogadas em blockbusters há pouco espaço para o artesanato. Ainda que de artesanato sofisticado, como é o caso deste filme.
A história é pesada, não tanto pelo adultério em si, ainda que estando Aurora grávida, mas pelo crime que a relação amorosa virá a esconder. O silêncio de décadas só virá, afinal, a ser quebrado depois da morte da principal interveniente.
O que me entusiasmou:
1. A assombrosa fotografia, num formato clássico 4:3, com um ar marcadamente retro e de grande limpidez;
2. A interpretação de Laura Soveral, uma das melhores que alguma vez vi em cinema;
3. A narrativa feita por Gianluca em off, que ocupa toda a segunda parte do filme, e que é um verdadeiro achado, uma vez que assistimos a todo aquele tórrido enredo sem que ouçamos uma única palavra dos amantes;
4. A desenvoltura e elegância do argumento, apesar do estilo um pouco à la Huillet-Straub da primeira parte;
5. A imensa melancolia da história, que se nos cola e que fica à nossa volta muito depois de termos saído do sala;
"Aurora tinha uma fazenda em África" remete para a frase inicial de outro filme, Out of Africa. Com uma diferença substancial: o filme de Miguel Gomes é infinitamente melhor.
A história é pesada, não tanto pelo adultério em si, ainda que estando Aurora grávida, mas pelo crime que a relação amorosa virá a esconder. O silêncio de décadas só virá, afinal, a ser quebrado depois da morte da principal interveniente.
O que me entusiasmou:
1. A assombrosa fotografia, num formato clássico 4:3, com um ar marcadamente retro e de grande limpidez;
2. A interpretação de Laura Soveral, uma das melhores que alguma vez vi em cinema;
3. A narrativa feita por Gianluca em off, que ocupa toda a segunda parte do filme, e que é um verdadeiro achado, uma vez que assistimos a todo aquele tórrido enredo sem que ouçamos uma única palavra dos amantes;
4. A desenvoltura e elegância do argumento, apesar do estilo um pouco à la Huillet-Straub da primeira parte;
5. A imensa melancolia da história, que se nos cola e que fica à nossa volta muito depois de termos saído do sala;
"Aurora tinha uma fazenda em África" remete para a frase inicial de outro filme, Out of Africa. Com uma diferença substancial: o filme de Miguel Gomes é infinitamente melhor.
Sem comentários:
Enviar um comentário