Havia computadores no século XVI? Claro que não havia. Só fazer a pergunta já é um disparate... Mas os desenhadores faziam batota. Duarte Darmas foi nisso useiro e vezeiro. O que é que ele fazia? Destacava, em cada localidade, monumentos ou sítios chave, colocando, em muitos deles, uma legenda identificadora. O resto era uma mancha de habitações, seguindo modelos idênticos. Um verdadeiro copy-paste, até se encher a mancha do povoado. Uma técnica eficaz, que permitia dar uma imagem aproximada dos aglomerados urbanos.
Aqui fica mais um pouco de Moura. Não temos ruas, mas fica-nos um registo expressivo das habitações daquele período. Notem, no desenho de cima, a quase ausência de chaminés.
Para quem se interessar pelo tema deixo aqui o nome, creio que não muito conhecido fora dos meios académicos, de um excelente historiador que tem tratado do tema da habitação neste período: Manuel Sílvio Alves Conde. Sem esquecer a magnífica (e inédita, aqui que consultável em várias bibliotecas) tese de licenciatura de V. Pavão dos Santos, A casa no sul de Portugal na transição do séc. XV para o séc. XVI, defendida em 1964.
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