Começa o verão. Um dia extremenho, entre nomes portugueses e na demanda de um sítio já quase desaparecido. Onde está a vila do século XVI? As portas identificam-se, há uma capela que deve ter sido destruída quando se construiu a Puerta del Calvario. O ambiente urbano antigo é mais evidente do que suporia. Mas a marca do dia é o silêncio, cortado pelos clics da máquina fotográfica. Ruas desertas e muito calor. E muito silêncio.
Um pouco assim:
As Horas pela Alameda
As horas pela alameda
Arrastam vestes de seda,
Vestes de seda sonhada
Pela alameda alongada
Sob o azular do luar...
E ouve-se no ar a expirar -
A expirar mas nunca expira -
Uma flauta que delira,
Que é mais a idéia de ouvi-la
Que ouvi-la quase tranquila
Pelo ar a ondear e a ir...
Silêncio a tremeluzir...
Fernando Pessoa
Arrastam vestes de seda,
Vestes de seda sonhada
Pela alameda alongada
Sob o azular do luar...
E ouve-se no ar a expirar -
A expirar mas nunca expira -
Uma flauta que delira,
Que é mais a idéia de ouvi-la
Que ouvi-la quase tranquila
Pelo ar a ondear e a ir...
Silêncio a tremeluzir...
Fernando Pessoa
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