É hoje assinado um protocolo - mais um - transferindo o Lagar de Varas do Fojo para a Câmara Municipal de Moura. Uma decisão discutível, pela assunção de um compromisso permanente. Espera-se, naturalmente, que haja um "envelope financeiro" associado... Se não houver, então não se percebe mesmo a lógica disto.
Conheço muito bem, desde meados da década de 80, o dossiê do Lagar de Varas. A sua classificação como imóvel de interesse público foi, em grande parte, motivada por uma iniciativa do Dr. José Arez, então técnico do Instituto Português do Património Cultural.
O espaço é gerido pela autarquia desde há décadas. Não é coisa nova.
Recordo que em 2015, durante o anterior mandato autárquico, foi terminado um importante trabalho de beneficiação, que envolveu a substituição de toda a cobertura. Um investimento arrojado.
O que faria sentido aqui?
Concretizar o Centro Documental da Oliveira, ligá-lo ao Jardim e ao Lagar de Varas;
Continuar a atribuir o Prémio de Mérito Académico a dissertações de mestrado e de doutoramento sobre olivicultura;
Concretizar o projeto de iluminação do Lagar de Varas (pronto desde 2017) e melhorar o espaço do monumento.
Em vez disso o que se fez?
Fez-se um trabalho de maquilhagem no edifício do antigo grémio, que continua subaproveitado;
Suprimiu-se o Prémio de Mérito Académico, porque tinha sido lançado pela Câmara anterior;
Meteu-se o projeto de iluminação na gaveta.
Construir, financiar e concretizar projetos que valham a pena e que sejam estruturantes é difícil. Assinar protocolos e fazer promessas futuras é coisa facílima.
Gente que faz? Muito pouco.
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