Aconteceu há dias, numa loja onde vou (ia) com regularidade.
Enquanto estava a ser (mal) atendido - detesto informações erradas, quando dadas só para despachar -, entra uma senhora. Pede para ver corta-charutos e isqueiros. O empregado mostra-lhe um kit. A cliente pergunta o preço. A resposta é concisa: 140 euros. Tão concisa como a contra-resposta: "não tem nada mais caro?". Nunca, em 59 anos, 6 meses e 18 dias tal tinha ouvido. Normalmente, a pergunta seria se não haveria nada mais barato. Ou se não haveria produtos melhores. Nada disso, "não tem nada mais caro?". Olá, se tinha. Quando saí da loja, havia um estendal de coisas a 300, 400, 450 euros.
Woody Allen passeava anonimamente em Nova Iorque, observando as pessoas e recolhendo ideias para os filmes. Um método infalível, sem dúvida.
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