Saí de casa, apanhei o 54, depois o combóio da linha de Sintra, depois o metro até Santa Apolónia. De casa ao Panteão são 40 minutos. Um percurso tranquilo, onde costumo ler as notícias da manhã e enviar os primeiros mails (o hábito de trabalhar "em trânsito" foi algo, que lamentavelmente e sem ironia o digo, nuca perdi). Cruzei a cidade para cima, de metro. Regressei tarde a casa, de combóio.
Ontem repeti os "rituais": o 99, o combóio, o metro, o 34, o 54... Pelo meio tive uma coisa habitual: comboios suprimidos, "lamentamos os incómodos causados", "circula com um atraso de dez minutos", etc.
Não vi nesses percursos nenhum ministro. Não vi ontem, nem na quarta, nem nunca. Os transportes públicos são como as idas aos mercados: um terreno para "show-off" e pouco mais. Esse afastamento da realidade, e das coisas simples do quotidiano, é uma das causas da desconfiança de muito boa gente em relação à classe política.
Estas viagens engravatadas, para dar bom ar, não dão coisa nenhuma. Nem bom ar nem cumplicidade. Desacreditam a classe política. Nada mais.
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