A nota no site do Museu Berardo diz apenas: "A obra de Judith Barry (n. 1954, EUA, vive e trabalha em Nova Iorque) envolve performance, arquitectura, cinema, vídeo, instalação, fotografia, escultura e novos media (entre outros). A compreensão da sua obra pode ser entendida através de um vocabulário que se constitui como um glossário, que inclui “Percepção”, “Espaço”, “Duração” e “Contexto” e nos ajuda, num exercício de síntese, a abordar e a compreender a produção artística contemporânea."
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A exposição, comissariada por Luís Serpa, é bem mais que esta economia de palavras. Não conhecia a obra da artista americana e gostei muito do que vi, ainda que tenha gostado desigualmente. As casas que já não existem e das quais só temos memórias difusas, as vozes que se esvaem, as sombras das pessoas são evocações pessoais. Que estão presentes em duas obras intimamente ligadas: “Work of the Forest”, de 1992, e "Study for Mirror and Garden”, de 2008. Tanto uma como outra remetem para jardins misteriosos e onde talvez nunca tenhamos estado.
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A exposição - um dos grandes momentos do ano no panorama artístico - está patente até ao dia 25 de Abril. Informações em www.ccb.pt e em www.museuberardo.com.
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Judith Barry é representada pela Rosamund Felsen Gallery: www.rosamundfelsen.com
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A hora da partida soa quando
Escurece o jardim e o vento passa,
Estala o chão e as portas batem, quando
A noite cada nó em si deslaça.
A hora da partida soa quando
as árvores parecem inspiradas
Como se tudo nelas germinasse.
Soa quando no fundo dos espelhos
Me é estranha e longínqua a minha face
E de mim se desprende a minha vida.
Sophia de Mello Breyner Andresen
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