O ante-título é o que acima se lê. O tema da primeira parte da exposição é A Natureza-morta na Europa. Primeira parte: Séculos XVII – XVIII. A segunda parte, a dos séculos XIX e XX, será inaugurada apenas em final de 2011.
.
Um amigo meu, ligado a este meio, diz que embirra em particular com a expressão natureza-morta, que lhe parece tétrico (e insuficiente), preferindo o still life dos ingleses. Sinto-me tentado a concordar com ele.
.
Tudo isto para dizer que a exposição patente na Gulbenkian é um momento de grande qualidade artística - a maior parte das peças é proveniente de museus estrangeiros e representa as várias "tradições" dentro daquilo que se convencionou chamar natureza-morta - e expositiva. O projecto museográfico que Mariano Piçarra concebeu para a sala do edifício-sede contribui, pela sua beleza e eficácia, para a valorização das pinturas. As paredes laterais estão pintadas num tom tom muito escuro, que faz um contraponto perfeito com o castanho da faixa central. O princípio e o fim da sala, marcadamente informativos, diferenciam-se pelo seu tom quente. O belíssimo catálogo foi concebido pela TVM. Não são mourenses mas têm trabalhado para o nosso concelho em diversas ocasiões.
.
Bem sei que isto não é o mais importante, mas para quem se interessa por estas épocas as naturezas-mortas (em Espanha chamam-se bodegones) são uma importante fonte de informação iconográfica. Nas escavações do Castelo de Moura, a Vanessa Gaspar e eu próprio temos materiais do mesmo género da peça cerâmica do centro deste quadro de Juan Zurbaran, datado de inícios do século XVII.
.
.Ver o site da Fundação: http://www.museu.gulbenkian.pt/exposicoes.asp?lang=pt
Entradas a 5 euros. Até 2 de Maio.
Sem comentários:
Enviar um comentário