Numa Mérida marcada pela arqueologia não deixou de ter interesse, ainda que relativo, a encenação de Electra, uma peça do início do século XX, de Benito Pérez Galdós (1843-1920). O interesse do texto é, em si, arqueológico e provoca, por vezes, involuntários sorrisos. É um discurso muito datado e muito intensamente político. O labirinto sentimental desta Electra aparece obnubilado por uma luta entre a luz da ciência e as trevas de uma religiosidade opressiva. Electra surge-nos, nesta encenação (não percebi porquê), como uma menina meio tonta e dada a gritinhos histéricos. O momento hilariante dá-se quando abre uma prenda que lhe foi enviada pelo apaixonado. Electra rejubila ao constatar que é um livro de Darwin. Na época em que a peça foi escrita a intenção era clara. Agora parece-nos um momento quase penoso.
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Foi o momento mais desinteressante em dez anos de Festival? Talvez. Mas o cenário em volta tudo ultrapassa.
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Foi o momento mais desinteressante em dez anos de Festival? Talvez. Mas o cenário em volta tudo ultrapassa.
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O Festival de Teatro Clássico de Mérida vai até 29 de Agosto: www.festivaldemerida.es
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