sexta-feira, 13 de agosto de 2010

PME

Na mesa do lado, num bar em Moura:
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Uma jovem empresária proclamava, alto e bom som, o arrependimento que sentia por ter aberto um negócio. Não se queixou da Câmara Municipal, não sei se por eu estar ali e a conversa ser, deliveradamente, para eu ouvir.
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Dizia ela "se não fosse o contrato com o centro de emprego fechávamos já; trabalhamos tanto e os lucros vão todos para outras empresas e instituições: seguradoras, fornecedores, HCCP, saúde, desbaratizações, polícias sanitários que nunca fizeram nada na vida e que nos dão ordens altivamente a limpeza assim, a acomodação dos artigos assado, contabilista, segurança social, EDP, PT, empregadas, etc,etc; as PME estão na sua maioria condenadas; as políticas praticadas a isso nos levam; para onde vai tanta gente e o que vão fazer é que não sei, deveria preocupa o governo, mas não há problema porque a economia, no entender dessa gente, já está a recuperar." (fim de citação)
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A jovem empresária foi de uma absoluta clareza. Aquilo a que tenho assistido nos últimos tempos, na minha actividade de vereador, confirma um cenário mais que preocupante.
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A imagem é de uma barreirista. Mas podia ser uma jovem empresária antes de iniciar a sua carreira no insondável mundo das PME.

4 comentários:

Anónimo disse...

Pois é a realidade do presente, e do futuro, e não querendo tirar nenhuma responsabilidade ao poder central, penso que o poder local também poderia fazer alguma coisa.
Não são só as PME, são também os trabalhadores, ou melhor “os contribuintes activos como eu e como o SR.
Mas primeiro vamos às PME’s, já viu, ou viram os que as pessoas pagam a todos esses que aparecem e que citou, não é pouco, é muito, pode-lhe ainda juntar os calotes, que são aqueles que levam e não pagam, e que depois as PME’s ainda tem de pagar impostos sobre um produto que pagaram venderam e nada receberam, já viu o que é pagar impostos sobre uma coisa que vendeu e nada recebeu? E depois do encerramento que protecção é dada a essas pessoas (Zero), se tiverem empregados os empregados recebem um rendimento por estarem desempregados, os Proprietários ou Gestores Zero, acha justo?
Quanto aos contribuintes activos, esses estão cada vez mais cagádos, sim cagádos, porque o que tá a dar é o popular rendimento mínimo, em que o mais normal aqui nas nossas zonas é o Homem da casa trabalhar, receber um bom vencimento, não descontar nada, e depois a mulher receber o tal rendimento mínimo, ou os pedreiros que recebem entre os 50€ e os 80€ diários descontarem como trabalhadores agrícolas, e as mulheres receberem o rendimento mínimo.
Depois vem as câmaras e as Juntas de Freguesia, que estão constantemente a ir aos centros de emprego requisitar esses falsos pobres, que até tem casa própria, um ou dois carros, mas serão sempre os coitadinhos da sociedade, mas que para mim são parasitas.
Sei que o Sr. com facilidade conseguiria fazer um texto bem elaborado sobre estes temas, dar-lhe visibilidade através da Planície para onde escreve, no seu blogue, junto de amigos influentes que todos sabemos que tem.
Só que sei também que esse tipo de pensamento pode retirar votos, e votos são votos.
E quanto á atribuição do Rendimento minimo, parece que as Juntas de Freguesias tambem tem responsabilidade sobre a sua atribuição.
Pense no assunto e escreva.
Ass:
Um visitante assíduo.

Anónimo disse...

Pois quem não é para cavadelas não se mete nelas....lá diz o ditado.

Santiago Macias disse...

O poder local tem um campo de intervenção bastante limitado nas áreas a que o texto diz respeito. As outras questões - impostos, rendimento mínimo - são preocupações que todos partilhamos. Até porque paga o justo pelo pecador. Porque haverá quem não devesse ser abrangido pelo apoio do Estado e tem esse apoio. Nesse caso, o erro é de base e os mecanismos de vigilância e de controle falham.
"Esse tipo de pensamento pode retirar votos?". Nunca fiz ou deixei de fazer com o pensamento em tal assunto. Ai dos que o fazem.

Para o outro anónimo: é uma posição singular e que revela um absoluto desconhecimento das dificuldades por que passam muitas pessoas. E é um facto que há muitos pequenos e médios empresários que deveriam ser apoiados pelo Governo de forma mais enérgica e não o são. A Câmara de Moura tem dois mecanismos de incentivo: o FAME e o PRATA.

Anónimo disse...

Para o 1º anónimo- imagine-se o senhor sem emprego sem nenhuma ajuda do estado, isto é sem o rendimento mínimo, com 2 ou 3 filhos a seu cargo o que é que fazia? quer a resposta? eu dou-lha, ou ia a roubar ou então morria de fome. porque trabalho para sustentar uma família não se encontra para aí assim!!!!!