Estudantes fardados a rigor (assim dizia a imprensa, o que me deixou angustiado, porque se calhar para dar aulas também tenho de me fardar...) protestaram contra o uso das Escadas Monumentais da Universidade de Coimbra por uma força política.
Sou a favor do uso artístico das Escadas Monumentais da Universidade.
Por várias razões:
1. O que ali está é, arquitetonicamente falando, uma bosta;
2. As escadas são a memória viva de um período (fascista) que não só tentou destruir a dignidade do povo português como arrasou a Alta Coimbrã;
3. Qualquer intervenção que se faça naquele local só o poderá melhorar.
Que a rapaziada das capas, e dos cromos colados nas capas, se chateie é lá com ela. Aos baldes de tinta cidadãos (de todos os partidos)!
Confissão (em letras pequenas): o Luís Santos, a Vanda Inácio e eu fomos os autores de um gigantesco mural que, na primavera de 1984, cobriu o muro junto à Faculdade de Letras de Lisboa. Todo um santo sábado naquilo...
8 comentários:
Eu sou contra o uso das escadas monumentais para fins deste tipo não acho justo que o tenham feito e acho mesmo um acto de vandalismo por ser feito por um partido politico, qualquer que ele seja. Foi um acto de oportunismo. Ah e os estudantes de coimbra n usam cromos colados na capa. capa negra é tradição de coimbra assim como as escadas monumentais que ja fazem parte da universidade independentemente de quem as construiu...
Piores que os cromos na capa, ás vezes são os "cromos" dentro das capas...
Mesmo em eleições não vale tudo.O que poderia ter sido um bom comicio transformou-se numa polémica que não nos favorece.Se isto não tivesse acontecido muita gente não ficaria contra o PCP cujo discurso vai passando. Jerónimo não foi feliz no seu discurso.Ninguém quiz calar o PCP mas há erros que não podemos cometer. Na minha opinião não vamos crescer em Coimbra por um acto irrefletido dos nossos jovens.
O desrespeito pelo comicio da CDU onde fomos vaiados, insultados e nos foram arremessados objectos não foi um protesto estudantil. É preciso alguma inocência ou um desconhecimento perfeito do que se passou "in loco" para afirmar isso. As pessoas que do alto das monumentaisd cantavam o hino nacional de braço direito erguido, muitas delas apesar de trajadas eram tão estudantes universitários como a Madre Teresa de Calcutá. O que se passou foi que gentes do PNR, da Juventude Popular, Monárquicos e algumas alas da JSD e da JS (incluindo os asnos da Direcção Geral da Associação Académica de Coimbra), conseguiram mobilizar estudantada burra e desinformada, logo facilmente manipulável, em nome do património, da identidade e de mais não sei de quantas patacoadas. Um dizia até que as escadas tinham 800 anos, que divertido!
Acto de oportunismo para responder aí ao valente anónimo das 20:03 é tentar inviabilizar uma acção de campanha constitucionalmente legal com toda a espécie de arruaças e de calúnias.
A história das pinturas murais nas Escadas Monumentais remontam a 69 e à carga policial que os estudantes ali levaram durante uma das primeiras manifestações contra o fascismo. Pintar essas escadas significa uma vitória da democracia sobre esse periodo mais do que negro da história. Essas escadas inclusive depois de 75 foram pintadas por quase todas as forças politicas, o que sucede é que os Comunistas chegavam primeiro e ficavam com o lugar.
Quanto ao arauto da revolução das 11:14 informo-o que quem estava no comício e quem fez barreira aqueles energúmenos eram camaradas que iam dos "9 aos 99 anos", e muitos deles nem sequer filiados no partido veja lá você bem!~
Em vez de andarem a repetir os mesmos falsos argumentos 500 vezes melhor faziam se lessem o parecer da CNE:
http://www.publico.pt/Local/cne-considera-que-pintura-da-cdu-nas-escadas-monumentais-de-coimbra-nao-e-ilegal_1495996
NÃO PASSARÃO!
Nessa manhã apareceste tu em casa do Camarada Diogo em Queluz. Tinhas um blusão castanho de cabedal.
Em seguimento do que ouvia dos mais velhos disse:
- Tens tinta no casaco.
- Não tenho nada, isto já estava, não estejas já metendo veneno...
Estive com o Camarada Diogo na Festa em 2009. Bebemos um chá no Sahara Ocidental. Continua revoltado e real. Perguntou-me se aquele protesto do castelo tinha a ver com o BE. Senti-me quase ofendido. Expliquei que as minhas convicções me faziam ser Comunista, mas a minha liberdade de não militante me fariam sempre insurgir contra o que não acharia certo, deixando o politiquismo de parte. Estava velhote mas de ideias rijjas. Quem combate de coração, não conhece a derrota.
Meu Caro Santiago: Chamar aquilo "intervenção" de "uso artístico" ? Aquilo que a cdu fez é uma bosta. E bosta sobre bosta só pode dar bosta maior... Agora vamos pichar "artisticamente" toda a arquitectura "fascista"? (Isto devem ser desvarios da campanha). Eu que abomino as capas negras (só enverguei uma na final da Taça de Portugal em 1969, et pour cause) até me apetece coadjuvar os coimbrinhas: "limpem, camaradas, limpem!
Meu caro José Alberto
Não sou assim muito dado a desvarios, muito menos em campanha. Mas respeito o teu ponto de vista. Embora te reafirme o meu ódio profundo aquele tipo de arquitetura.
Para o anónimo das 23:23: não se mace...
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