terça-feira, 11 de outubro de 2011

MÁRIO ELIAS (1934-2011)

Fotografia: João Romba



Era o vagabundo intelectual da vila. E a sua figura mais estimada. Muitas das suas frases eram uma estranha mistura de leituras feitas em tempos, de ideias mais ou menos feitas, de anarquismo puro e duro e de provocações. Ouvi-lo dizer-me "não passas de um intelectual conformista" ou "és um burguês sem o sentido da inovação" eram coisas habituais. Que eram seguidas de gargalhadas estridentes. As dele e as minhas. O Mário Elias ficava sempre um pouco chateado de eu não o levar a sério, convenhamos...


Há uma Casa das Artes em Mértola que tem o seu nome. Mesmo com essa justa homenagem (feita em vida, haja Deus), a verdade é que a vila perde uma das suas figuras mais emblemáticas. E a vila fica, sem dúvida, mais pobre.

3 comentários:

Unknown disse...

Grande Mário! perdemos, quanto a mim, o maior artista livre destas terras; comigo nos ultimos tempos as conversas passavam inevitávelmente, pelo contrato que tenho agora "com os vermes que um dia me irão comer...", gargalhada geral!
A vila ficou muito mais pobre.

João disse...

Morreu o senhor que pintava? Em 2008 quando aí estive fiquei fascinado com a figura. Disseram-me que morava ali mesmo em frente de onde se trabalhava..

Kosta disse...

O Mário dizia-me sempre que eu era a alma gémea dele, apesar de também de me achar um pouco "aburguesada"! De facto, não era fácil interpretar os seus pensamentos, principalmente quando já estavam muito "regados"...
Vou sentir a tua falta Mário!