quarta-feira, 8 de novembro de 2017

DE UR PARA UM ZIGURATE NAPOLITANO E DAQUI PARA ESCHER





Fomos todos ao encontro de nós próprios
se olhamos para o céu é na expectativa do que nos possa trazer alguma lua nova
-  já o santo o sabia nesse tempo
os homens sempre foram os mesmos
Não saberás de algum remédio convincente
para abalar um coração tristemente contente?
Terás no fim para nós uma morte tão funda
que nos separe de todo o mal que fizemos
e assim nos aproxime do bem que desejámos?
Quando vieres pela estrada de sião
então afastarás de nós a impiedade
Nós somos os das tendas aqueles para quem
não é possível a transfiguração
Só duvidam um pouco de si aqueles a quem
já tu senhor pediste alguma vez alguém
O nosso deus é um deus ofendido


Final do poema "Aquele grande rio Eufrates", de Ruy Belo. Um poema com Deus e a crença em fundo. Fui ao poema pela recordação do Eufrates e dos zigurates. Dos zigurates da elite mesopotâmica se passa às casas, extraorinárias é palavra curta, da ilha de Procida. Vistas pela ótica de Paolo Monti (1908-1982). Confesso, com vergonha, que só há dias cheguei à sua obra.
De Procida fui aos zigurates de M. C. Escher (1898-1972). Sempre as casas. Sempre os caminhos.

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