Do facebook de Francisco Seixas da Costa:
Estou a ler um livro de memórias do meu amigo Eduardo Marçal Grilo onde é relatado um episódio caricato da polícia do Estado Novo: numa busca a uma casa, ao depararem com o livro “A República”, de Platão, um dos guardas inquire do outro se deve apreender o volume. O colega, rapaz “letrado”, esclarece: “Deixa ficar. O Platão já foi comunista mas há muito que deixou o partido...”.
Sempre me divertiram muito as histórias assim. Quando mais rígidos são os regimes, quanto mais controladores querem ser, maior o grau de estupidez.
Repito um episódio que relatei aqui no blogue em dezembro de 2010:
O meu amigo Boussad Ouadi, editor e livreiro argelino, quis importar um livro, intitulado La bible du marketing direct. Nada de especial, tirando uma burocracia infernal. Mas a situação piorou, quando recebeu um aviso de responsáveis religiosos no sentido de retirar os livros do escaparate. Porquê? Porque não era admissível que se vendesse a bíblia... A história, que me foi relatada pelo próprio, faz lembrar as mais ferozes (e ridículas) atitudes dos censores fascistas. Intolerância e ignorância rimam. E não é por acaso.
O Boussad, um cábila teimoso e vertical, antigo militante do FLN, encolheu os ombros e continuou a vender os livros.
Estou a ler um livro de memórias do meu amigo Eduardo Marçal Grilo onde é relatado um episódio caricato da polícia do Estado Novo: numa busca a uma casa, ao depararem com o livro “A República”, de Platão, um dos guardas inquire do outro se deve apreender o volume. O colega, rapaz “letrado”, esclarece: “Deixa ficar. O Platão já foi comunista mas há muito que deixou o partido...”.
Sempre me divertiram muito as histórias assim. Quando mais rígidos são os regimes, quanto mais controladores querem ser, maior o grau de estupidez.
Repito um episódio que relatei aqui no blogue em dezembro de 2010:
O meu amigo Boussad Ouadi, editor e livreiro argelino, quis importar um livro, intitulado La bible du marketing direct. Nada de especial, tirando uma burocracia infernal. Mas a situação piorou, quando recebeu um aviso de responsáveis religiosos no sentido de retirar os livros do escaparate. Porquê? Porque não era admissível que se vendesse a bíblia... A história, que me foi relatada pelo próprio, faz lembrar as mais ferozes (e ridículas) atitudes dos censores fascistas. Intolerância e ignorância rimam. E não é por acaso.
O Boussad, um cábila teimoso e vertical, antigo militante do FLN, encolheu os ombros e continuou a vender os livros.
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