É quase impossível abordar o tema de forma distanciada. Ou, como no meu caso, sem uma funda sensação de
mixed feelings. Aqui vão as perguntas que me tenho feito. E à
quais respondo, da forma mais ponderada e refletida que consigo. Sendo,
acima de tudo, sincero.
Gostei do desempenho de Pedro Passos Coelho como primeiro-ministro? Não.
Estou de acordo com o que fez com a Administração Pública (e nem sequer me reporto à questão salarial)? Nem por sombras.
Estou de acordo que um antigo primeiro-ministro possa dar aulas numa Universidade, mesmo sem ter feito carreira académica? Estou, completamente.
Mesmo no caso de Passos Coelho? Seguramente.
A Universidade de Lisboa contrata Passos Coelho por que razão? Dá a ideia que se trata de um chamariz ou de ter uma estrela para exibir. É prática corrente nas universidades - menos em Portugal, decerto - contratar quem dê visibilidade à instituição.
O facto de Passos Coelho se ter licenciado com perto de 40 anos devia ser motivo de chacota? A meu ver, não. A questão está em saber que percurso profissional teve antes. É que PPC não foi exatamente o que chamamos de trabalhador-estudante.
Essa prática de contratação devia ser corrente? Sim, mas deveria obrigar a tempo inteiro. Se é para ser, que o seja integralmente. E sendo corrente, não poderá, em caso algum, ser “maioritária”.
Estou de acordo com o estatuto de catedrático? Não. Imagino o que sentem os que tiveram de passar pelos sucessivos obstáculos na carreira... Deveria esse patamar de catedrático convidado a quem, pelo seu percurso de investigação ou carreira (que não de profissional da política) o justificasse. Não é o caso.
A Universidade em Portugal (sobretudo no caso das clássicas) é defensiva e endogâmica? É. É espantoso o número de pessoas que da licenciatura à cátedra vivem ao longo de todo percurso dentro da mesma casa.
Estes convidados devem ter peso na instituição? Não. As universidades não podem entrar (ainda mais) num esquema de saldos. Contributos da sociedade civil podem, e devem ser estimulados. Mas as universidades são sítios de estudo e de investigação. Desviarem-se do essencial, o que inclui a dinâmica e a presença da sociedade civil, e serem transformadas numa feira de vaidades, pode ser o hara-kiri final.
Gostei do desempenho de Pedro Passos Coelho como primeiro-ministro? Não.
Estou de acordo com o que fez com a Administração Pública (e nem sequer me reporto à questão salarial)? Nem por sombras.
Estou de acordo que um antigo primeiro-ministro possa dar aulas numa Universidade, mesmo sem ter feito carreira académica? Estou, completamente.
Mesmo no caso de Passos Coelho? Seguramente.
A Universidade de Lisboa contrata Passos Coelho por que razão? Dá a ideia que se trata de um chamariz ou de ter uma estrela para exibir. É prática corrente nas universidades - menos em Portugal, decerto - contratar quem dê visibilidade à instituição.
O facto de Passos Coelho se ter licenciado com perto de 40 anos devia ser motivo de chacota? A meu ver, não. A questão está em saber que percurso profissional teve antes. É que PPC não foi exatamente o que chamamos de trabalhador-estudante.
Essa prática de contratação devia ser corrente? Sim, mas deveria obrigar a tempo inteiro. Se é para ser, que o seja integralmente. E sendo corrente, não poderá, em caso algum, ser “maioritária”.
Estou de acordo com o estatuto de catedrático? Não. Imagino o que sentem os que tiveram de passar pelos sucessivos obstáculos na carreira... Deveria esse patamar de catedrático convidado a quem, pelo seu percurso de investigação ou carreira (que não de profissional da política) o justificasse. Não é o caso.
A Universidade em Portugal (sobretudo no caso das clássicas) é defensiva e endogâmica? É. É espantoso o número de pessoas que da licenciatura à cátedra vivem ao longo de todo percurso dentro da mesma casa.
Estes convidados devem ter peso na instituição? Não. As universidades não podem entrar (ainda mais) num esquema de saldos. Contributos da sociedade civil podem, e devem ser estimulados. Mas as universidades são sítios de estudo e de investigação. Desviarem-se do essencial, o que inclui a dinâmica e a presença da sociedade civil, e serem transformadas numa feira de vaidades, pode ser o hara-kiri final.
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