O meu amigo Jorge Liberato pôs ontem, no seu facebook, um poema de Fernando Pessoa, que cita outro, de Paul Verlaine. Ambos já por aqui andaram. Recupero agora o de Verlaine, na tradução doce de Manoel Bandeira. E com uma fotografia de Havana, por Keith Cardwell.
Chora em meu coração
Chora em meu coração
Como chove lá fora.
Que desolação
Me aperta o coração!
Oh a chuva no telhado
Batendo em doce ruído!
Para as horas de enfado,
Oh a chuva no telhado!
Chora em ti sem razão,
Coração sem coragem.
Se não houve traição,
Teu luto é sem razão.
Certo, é essa a pior dor:
O não saber por que
Sem ódio e sem amor
Há em mim tamanha dor.
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