"Devem as Câmaras Municipais restaurar as igrejas? Deve uma autarquia (...) gastar o dinheiro do povo recuperando espaços de culto? A pergunta pode ser fácil, a resposta não o é."
Escrevi isto em fevereiro de 2014, já lá vão sete anos. Acrescentava depois: "se somarmos as obras de restauro da igreja do Convento do Castelo, mais as da igreja de S. Francisco, mais as da igreja de Santo Aleixo e ainda as do Convento do Espírito Santo e as da Estrela teremos atingido uma soma na ordem dos dois milhões de euros. Isso mesmo, dois milhões de euros". Não tinha ainda contabilizado as de Santo Amador e de Safara.
Por isso o texto terminava assim: "Devem as Câmaras Municipais restaurar as igrejas? Decerto que que sim. Na justa medida em que elas se assumem como espaços decisivos para a vida de uma comunidade. É possível que esta maneira de ver as coisas possa parecer estranha nas palavras de um presidente de câmara comunista. Mas terá tanto de estranha como de convicta, na escrita e nas convicções de alguém que defende os valores da sua terra. E nesses fazem parte os de uma crença que ele não tem."
O Património reabilitou-se, a intervenção nos espaços públicos concretizou-se, os monumentos foram valorizados. Como e porquê? Porque houve convicção política e capacidade técnica. Houve vontade e mobilização de recursos. É tão simples quanto isso.
Recuperar as igrejas de S. João Batista e de Santo Aleixo? Sim, é facílimo. É tudo uma questão de prioridades. De mais ação e de menos conversa.
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