Artigo hoje em "A Planície":
Porquê e
para quê? A pergunta foi-me repetida por uma amiga mourense, na noite do dia 24
de julho, algures na Avenida Rovisco Pais. Um “clássico”, na minha vida. Porquê
e para quê. Tantas vezes que amigos e familiares mo têm repetido.
Incessantemente.
Depois de outubro de 2017, e depois de 12 anos ao
serviço do Município de Moura, retomei a atividade profissional. Muita gente
pensou que o tempo na autarquia dava direito à reforma. Perdi a conta ao número
de vezes que tive de explicar que a aposentação chegará em 2029 ou 2030, quando
tiver idade para tal. Entre abril de 2018 e dezembro de 2019 estive na Câmara
de Lisboa, entre janeiro de 2020 e março de 2021 como profissional liberal,
desde abril estou na direção de um monumento. Pensava ter fechado, de vez, o
capítulo da política local. Não seria assim.
No decorrer destes anos, cheguei à conclusão que
também esta reforma ainda não tinha chegado. Não é necessário o protagonismo de
outros tempos, não é preciso estar na linha da frente, há que dar o lugar aos
mais novos e a uma sempre imprescindível renovação.
Porquê e para quê, então? Porque é necessário retomar
um caminho de trabalho e de esperança. Porque mais quatro anos “disto”
mergulharão o concelho no retrocesso. As questões partidárias são importantes
mas estão, para mim, muito longe de serem determinantes. Estive convicta e
lealmente com o José Maria Pós-de-Mina entre 2005 e 2013 (anos em que fui
vereador), tal como só manifestei a minha disponibilidade para colaborar por
ser o André Linhas Roxas o candidato. Só conhecia o André muito vagamente até
2010, altura em que ele foi trabalhar para a Câmara de Moura. Rapidamente lhe
identifiquei um par, vários pares…, de características que fazem toda a
diferença: lealdade sem subserviência, disponibilidade, honestidade e
capacidade de diálogo com as pessoas. Marcaram-me o nunca se furtar ao
trabalho, a vontade de dar tudo por tudo e a ausência de desculpas para
justificar o que, por vezes, ia menos bem. Ficámos amigos e isso é algo que prezo
de forma muito especial.
Ter ele sido número 2 em 2017 foi uma grande aposta.
E criou um quadro político. Quando se tornou claro que “seria ele” (nestas
alturas é que a gente vê quem tem aquilo que Mourinho dizia quando falava de
táticas arriscadas…), disse-lhe de imediato “contas comigo para o que for
necessário”. É por isso que estou “na oitava”. De forma mais discreta, mas não
menos convicta. E com a certeza, várias vezes reiterada, que depois de anos tão
intensos voltarei sempre a Moura.
O discurso do André e da sua equipa têm-se feito pela
positiva. O futuro tem sempre um passado. Não queiram eles ser confrontados um
dia com afirmações menos próprias e atitudes tristes. Isso não acontecerá. O
caminho faz-se caminhando. É nessa caminhada pela positiva e por um futuro com
esperança que me encontro. Pela certeza que o André e a sua equipa saberão
corporizar a diferença e um novo caminho.
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