Deixou-nos ontem José Manuel Carreira Marques. Conheci-o razoavelmente bem. Tinha, tenho, terei por ele enorme apreço e admiração.
Era um homem de Beja, cidade onde chegou ainda adolescente. Todo o seu percurso cívico e político foi na nossa terra. Era alentejano como nós. Várias vezes disse a amigos "dificilmente Beja arranjará alguém que perceba como o Carreira Marques o que é aquele ambiente e que se saiba adaptar aos diferentes cenários sociais". Um estilo de grand monsieur (sem nada de pejorativo o digo, antes pelo contrário), que tinha o feeling da política e que se impôs em Beja como O presidente.
Fui seu secretário na Mesa da Assembleia Distrital de Beja, no mandato 1997/2001. Quando lhe manifestei preocupação por ter de fazer as atas, riu-se da minha ingenuidade "não, pá! tu és o secretário, não és funcionário, alguém fará as atas".
Homem da Cultura e da Poesia, autarca empenhado, militante comunista com pensamento independente, deixa marcas numa cidade que melhorou e fez progredir. Depois da presidência, teve o talento e a inteligência de se afastar da ribalta, sem virar as costas à sua Beja.
Beja terá saudades dele. Eu também terei, seguramente.
Sem comentários:
Enviar um comentário