Morreu ontem, num acidente de aviação, José Costa Martins, um dos capitães de Abril. Couberam-lhe, na madrugada libertadora de 1974, importantes acções militares, que contribuiram para o sucesso da revolução.
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Nos anos de 1974 e 1975 Costa Martins desempenhou papéis políticos preponderantes, tendo sido, designadamente, conselheiro da revolução e ministro do trabalho. Generoso mas ingénuo, e politicamente inábil, Costa Martins foi vitíma dos mais vergonhosos ataques e de difamações inqualificáveis. O episódio do Dia de Trabalho para a Nação destruiu-lhe a carreira. Nenhuma acusação foi, a esse respeito, sequer formulada. Nem havia razão para que o fosse. Mas Costa Martins foi chacinado na praça pública, com a cumplicidade e a conivência de muita gente que gosta de polir os seus ideais de esquerda e o seu socialismo democrático. O seu nome nunca foi devidamente reabilitado e Costa Martins carregou, até ao fim, o fardo dessa infâmia.
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O 25 de Abril continua a ser uma pedra no sapato da direita. Basta ler o que hoje se tem escrito nos comentários à notícia da morte de Costa Martins no matutino Correio da Manhã e no forum do Sol on-line para se perceber que ainda há muita gente a quem a libertação dos portugueses continua a ser uma ideia difícil de engolir. José Inácio da Costa Martins teve, nessa batalha, um importante papel operacional. É de si, Costa Martins, que me vou lembrar quando se comemorarem os 36 anos da revolução.
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4 comentários:
penso que o comentário é despropositado.quem melhor que costa martins se poderia sentir lisongeado por um ou outro difamador quando estes são os que de uma forma ou outra são activa ou passivamente os larápios ou os ladrões de milhões que o povo tem vindo a suportar com o se trabalho?
Foi ministro do trabalho..nesse tempo não se verificava a prática do escalavagismo hoje reinante no mundo do trabalho com a conivencia dos governantes que são pagos com o dinheiro dos nossos impostos para cumprir e fazer cumprir leis da "Républica" e não o fazem.São agentes pelo menos por omissão,desta nova forma de escravatura.
COMENTÁRIO NO QUAL FIZ CORTES:
Apenas chamará "herói" a Costa Martins quem nunca o conheceu pessoalmente.
Para que conste, não sou dos que afirmam que Fulano ou Cicrano, porque morreu, passou à classe dos bons! Costa Martins foi um modelo acabado daquilo que não deve ser um Homem, **** **** **** * ****** ** ********, quem deserta para não assumir os seus erros, quem aliena dinheiros do Povo Português, que desviou do modo que ele fez - não importa se foi provado ou não, porque ELE ERA O RESPONSÁVEL E O DINHEIRO NUNCA APARECEU - não é digno de dó! Será que foi esse o dinheiro que serviu para pagar aos que o ilibaram em Tribunal? É que Costa Martins nem era um homem rico, pelo que se sabe!
Não coloco mais na carta, porque apenas desejo que a sua alma tenha paz e ele já pagou * ***** ********* * **** * ****** *** ******* * **** ** ** ****** *** *** ** **** *******.
Não gosto de deixar comentários por publicar. No entanto, o que ROTIVSAILE (Vitor Elias) me remeteu tinha afirmações referentes à vida privada de Costa Martins, bem como ao seu suposto comportamento para com camaradas de armas que não têm aqui cabimento.
Uma nota apenas: é um pouco bizarro afirmar que alguém desvia dinheiro, para logo a seguir dizer "não importa se foi provado ou não". Fiquei também com uma dúvida. Tenho a ideia que Costa Martins nunca foi formalmente acusado de coisa alguma.
Finalmente, o teor dos dois comentários demonstra bem os sentimentos radicalmente opostos que este nome da revolução continua a motivar.
Caro Santiago Macias,
Agradeço a publicação de todos os comentários, mesmo aqueles que continuam a mostrar a mentira e a calúnia que ainda pairam sobre a figura do meu pai. Afinal, acaba por ser o reverso da medalha da liberdade ganha. É apenas lamentável que nos continuemos a cruzar com pessoas mentirosas e ofensivas, não só da honra de quem sempre quis o melhor para o País, como do respeito às mais altas instâncias judiciárias como o sr. Vitor Elias. Apenas para esclarecimento, e porque os factos existem e estão documentados tem-se:
1. Foi o próprio (!) Costa Martins que solicitou inquérito às verbas do "Dia do Salário" o qual, após muito esforço do meu pai, foi elaborado no início dos anos 80 pelo Ministério do Trabalho no qual consta não só a inexistência de qualquer irregularidade como elogia a forma rigorosa como todas as verbas foram geridas.
2. Quanto à reintegração na Força Aérea, foi um processo movido pelo meu pai à própria Força Aérea, do qual resultou de decisão do Supremo Tribunal Administrativo, em linha com as decisões judicias anteriores. Desse processo apenas foram pagos os salários em atraso e não qualquer indeminização por danos morais e patrimoniais.
De qualquer das formas obrigado pela sua intervenção em que faz juz ao Homem que o meu pai foi e é.
José B. Costa Martins
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